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Escândalo na Argélia: FMF anuncia nova Comissão de Inquérito!

Foto: O País

A Federação Moçambicana de Futebol (FMF) criou uma comissão de inquérito para apurar os factos que ocorreram no CHAN, em Argélia. Esta medida acontece um mês e meio após ter extinguido a outra. Curiosamente, esta comissão anunciada pela FMF em comunicado datado de 31 de Março, surge depois de uma outra cujos resultados avançados após trinta dias de trabalho em nada abonam a instituição que gere o futebol moçambicano.

“A Direcção Executiva da Federação Moçambicana de Futebol, reunida, extinguiu essa Comissão de Inquérito. Todo o processo a decorrer dentro desta instituição vai passar para o Conselho de Disciplina”, disse, convicto, Feizal Sidat, presidente da Federação Moçambicana de Futebol, em conferência de imprensa no passado mês de Março.

Feizal Sidat era um homem seguro e convicto do seu discurso. O presidente da Federação Moçambicana de Futebol anunciava assim a extinção de uma comissão, que só teve a duração de 12 dias após a sua criação.

A mesma tinha sido criada no dia 3 de Fevereiro, para no dia 15 ser extinguida. A referida comissão de inquérito tinha em vista apurar os acontecimentos de Argélia, em que tinham como pomo da discórdia o pagamento da premiação aos jogadores.

Ora, enquanto a FMF sacudia a água do capote, a Secretaria do Estado de Desporto tomava a dianteira criando uma comissão de inquérito independente, superiormente liderada por Pedro Sinai Nhatitima e composta por vários actores ligados ao desporto.

A comissão trabalhou e num período de um mês, como estava estabelecido, apresentou resultados entre constatações, responsabilização e recomendações. O documento já foi submetido ao Conselho de Ministros, a fim de merecer outro tratamento.

Contrariamente à sua decisão de extinguir a comissão de inquérito, a Federação Moçambicana de Futebol, através de um comunicado tornado público no dia 31 do mês passado, anunciou a criação de uma outra.

Os objectivos são os mesmos, apurar os acontecimentos que, segundo a FMF, mancharam e colocaram em causa a boa imagem da instituição e do país. A comissão recém-criada deverá apresentar os resultados até dia 30 do mês em curso.

O anúncio dessa comissão acontece numa altura em que a selecção nacional vive um ambiente turvo, motivado pelo desentendimento entre alguns jogadores nucleares com a equipa técnica. A FMF continua a fechar-se em copas sobre os acontecimentos de Dakar na partida em que os Mambas perderam por 1-5, frente ao Senegal.

É um facto que os resultados da Comissão de Inquérito Independente revelaram, entre outros problemas, que o Presidente da FMF, Feizal Sidat, ao afirmar desconhecer a existência de uma eventual premiação na competição do CHAN Argélia  2022 incorreu no incumprimento das suas obrigações porquanto o Regulamento do CHAN adoptado em 2015  e revisto em 2022 é do domínio público, pese ainda o facto de ele  fazer  parte da Comissão Organizadora do CHAN, portanto com  obrigação de ter ciência sobre a referida premiação.

Mais: houve omissão e não divulgação atempada da Tabela de Premiação da FMF assim como a não previsão na Tabela de Premiação de prémios nas fases finais de competições do CAN, CHAN e COSAFA;

Por outro lado, a Comissão criticou o facto de seleccionador nacional de futebol, Chiquinho Conde, ter admitido na sua equipa técnica um elemento sem a formação exigida para o desempenho das funções de adjunto, para além de ser o próprio timoneiro dos Mambas quem efectuava o pagamento dos salários ao seu assistente, Eduardo Jumisse, que entretanto foi o único elemento dos Mambas a ser sancionado pela FMF  que o colocou fora do combinado nacional.

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