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Eduardo Quive lança “Para onde foram os vivos” esta terça-feira

O poeta Eduardo QUive vai lançar, esta terça-feira, a partir das 17 horas, no Camões – Centro Cultural Português em Maputo, a sua mais recente proposta literária, “Para onde foram os vivos”. Trata-se de “um livro que encara os males do nosso tempo, no olhar sensível do poeta que não se conforma com o estado das coisas. Uma crónica fingida de poema sobre tempos, lugares, memória e saudade, amor e espanto”, lê-se na nota de imprensa.

“Para onde foram os vivos” é, segundo a mesma nota, “o retrato do mundo em decadência, estilhaçado, as cidades em ruínas com o silêncio ensurdecedor das almas que ainda habitam o lugar com a esperança no exercício do amor. A quem amaremos quando estamos sós, isolados num lugar de silêncios e ausências, retratos de egoísmo, violência e tensões que levam que o mundo como o conhecemos se desfaça sob o nosso olhar indiferente? Uma outra imagem das grandes cidades repletas de gente, ostentando o seu mais elevado amor material, mas ausentes em afectos. Nesta obra, a cidade e o corpo se confundem. Assim como o amor e o ódio se fundem para gerar tensões e violências”.

A nota de imprensa avança ainda que o poeta se lança com o único amor que lhe resta, para esses corpos, ora vivos, mas ausentes, apátridas, levados para lugar nenhum com sentimentos ambíguos, ora à procura de algum lugar seguro, ora à procura de melhores condições de vida. O poeta usa esses corpos, ausentes, para espelhar a sua saudade, a dor da ausência, uma dor física e espiritual, encontrando no seu amor as palavras para descrevê-lo, como quem chora ou canta, mas nunca encantado, antes impressionado com a capacidade de autodestruição dos vivos que matam para salvar vidas. É a imagem desértica do amor. É o corpo na sua própria ausência. É a vida em escombros da própria vida.

O poeta Eduardo Quive nasceu em Maputo, a 08 de Junho de 1991. É escritor, jornalista, produtor e programador cultural. Como jornalista foi editor dos semanários Dossiers & Factos e Debate – jornal de artes e cultura e ainda passou pela televisão como produtor de conteúdos e apresentador. Actualmente, é editor da Literatas – revista de artes e letras, e mantém colaborações com imprensa em Moçambique e no estrangeiro. É produtor e programador de festivais de arte e literatura e orienta oficinas de escrita criativa. Membro fundador do Movimento Literário Kuphaluxa e cofundador de Catalogus – portal de autores moçambicanos. A sua poesia está publicada em antologias em Moçambique, Brasil e Itália. É autor do livro “Lágrimas da Vida Sorrisos da Morte” (Literatas, 2012); Co-autor do livro Brasil & África-Laços Poéticos (Editora Letras, 2014); coorganizador das colectâneas “Contos e crónicas para ler em casa vol. I e vol. II” (Literatas, 2020); coorganizador do livro “O Abismo aos pés – 25 escritores lusófonos respondem sobre a iminência do fim do mundo” (Literatas, 2020).

“Para onde foram os vivos” foi editado pela Alcance Editores, e será apresentado pela professora universitária Teresa Manjate.

 

 

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