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O distrito de Mogovolas, na província de Nampula, voltou a ser palco de um assalto a mão armada com contornos dignos de um filme de acção. Desta vez, 56 quilogramas de ouro que estavam na posse de um estrangeiro foram roubados, num caso que mobilizou as autoridades locais.

Segundo Víctor Vilanculo, porta-voz do Tribunal Judicial da Província de Nampula, oito indivíduos protagonizaram o assalto, entre os quais cinco agentes da Polícia e um elemento do SERNIC. Inicialmente, o tribunal não quis revelar as profissões dos envolvidos, mas após insistência, confirmou-se que entre os quatro agentes da Polícia envolvidos está o comandante distrital da PRM em Mogovolas.

O estrangeiro assaltado transportava, além do ouro, 1 kg de uma gema conhecida por paraíba. Uma mensagem circulou num grupo de WhatsApp que reúne jornalistas e porta-vozes do comando provincial da PRM em Nampula, revelando ainda que a porta-voz da Polícia terá prestado informações incorrectas sobre o caso.

Os suspeitos foram detidos no dia 9 de Julho e interrogados na Primeira Esquadra da cidade de Nampula no dia seguinte, mas surpreendentemente acabaram por ser libertados enquanto a investigação corre.

Recorde-se que, em Novembro do ano passado, Mogovolas foi igualmente palco de um grande roubo: 300 kg de turmalinas foram subtraídos de uma mina local durante manifestações populares, num dos maiores furtos de gemas do mundo.

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A Raff Military Textile, uma empresa turca de fabrico de material militar, continua com atenções viradas para Moçambique, que vê como um “centro de oportunidades” para se formar na África Austral.

Os turcos, que recentemente estiveram em Moçambique e reuniram com autoridades nacionais de defesa e segurança, encontram-se agora nos Camarões, onde também se reúnem com líderes do sector de defesa nos Camarões, também com intenção de se fazer conhecer e vender os seus produtos de defesa e segurança militar.

Apesar da sua digressão por alguns países do continente africano, com destaque para África Austral, onde também visitaram, para além de Moçambique, a Zâmbia, o CEO da empresa turca, Eray Yükseloğlu, continua cativado pelo potencial que viu em Moçambique.

A empresa turca expressou que o seu foco principal está firmemente em estabelecer uma presença forte e duradoura no mercado moçambicano, até porque a recente visita revelou que o país é muito mais do que apenas uma paragem na digressão, mas como um portal vital para a região austral no seu todo.

A equipa da Raff Military Textile ficou bastante impressionada com a posição de Moçambique, e o CEO da empresa, Eray Yükseloğlu, destacou a sua importância como um centro vital para os países de língua portuguesa em África.

“Não estamos apenas à procura de clientes. Estamos à procura de parceiros”, afirmou Yükseloğlu, que acrescentou ainda que “o nosso objectivo é construir algo sustentável em Moçambique”. 

Para o alcance dos objectivos, os turcos dizem acreditar no poder da colaboração local. “Estamos a estender oficialmente um convite aberto a potenciais parceiros locais que partilhem a nossa visão e ambição. Queremos combinar a nossa experiência internacional com o seu inestimável conhecimento local para criar uma operação verdadeiramente central e bem-sucedida”, disse Eray Yükseloğlu.

O ambiente económico estável do país e o claro potencial de crescimento foram citados como principais factores de atracção.

Numa declaração feita sobre Moçambique, o CEO da empresa diz que “os nossos pensamentos e as nossas mentes ainda estão em Moçambique”, augurando por respostas positivas por parte das autoridades nacionais.

“A estabilidade do mercado e as oportunidades profissionais que apresentam e o Espírito acolhedor da sua comunidade empresarial são inesquecíveis. É um país comercialmente fértil que parece perfeitamente preparado para um desenvolvimento significativo. Vimos, não apenas o mercado, mas um futuro dinâmico e promissor do qual estamos extremamente ansiosos por fazer parte”, disse.

Este sentimento mostra o forte impacto que a visita teve no país.

Constantino André, da província de Gaza, e Samson Chongo, de Tete, são os dois candidatos que concorrem para a eleição do secretário-geral da Organização da Juventude Moçambicana. O escrutínio está agendado para este sábado.

Inicialmente, eram apontados três candidatos, tendo um ficado pelo caminho. O braço juvenil da Frelimo traçou o tipo de secretário-geral que pretende para dirigir os destinos da OJM.

A OJM elegeu, esta sexta-feira, os membros do Conselho Nacional da agremiação. 

Dirigentes desportivos dizem que o adiamento da maioria dos jogos da sexta jornada do Moçambola é o cúmulo de um problema de insuficiência logístico conhecido e ignorado pela Liga Moçambicana de Futebol e que podia ter sido sanado antes do arranque do campeonato nacional. 

Forçado a mudar de sistema devido a problemas logísticos, o Moçambola 2025 continua a decorrer num clima de  tensões.  

A informação, avançada esta quinta-feira pela Liga Moçambicana de Futebol sobre o adiamento de seis dos sete jogos programados para a sétima jornada, levanta uma ferida antiga, segundo afirma Miguel Vaz.

“Na semana em que o Moça,bola ia começar de facto, veio o Presidente da federação, de uma forma muito apoteótica e vitoriosa, anunciar que o Moçambola ia iniciar-se na data indicada, e que o compromisso dela era um compromisso efectivo. Hoje, estamos a ver e a concluir que isso não é verdade. A minha opinião é que tudo aquilo que gira em torno do Moçambola está a acontecer como está a acontecer não se deve a falta de capacidade logística”, disse Miguel Vaz, dirigente do desportivo.   

Os sinais de falhas no decurso das jornadas apareceram muitos antes da sexta jornada e um dos factos foi a remarcação de jogos durante a quarta e quinta jornada, uma situação que complica a preparação das equipas.

“Isso implica um certo valor que tem que ser pago antecipadamente para que as linhas aéreas possam emitir as passagens. E  há um outro problema, que na minha opinião, afecta os clubes: é que na semana passada, de sexta até quarta-feira,  vamos supor que haja uma equipa que vai viajar para Tete, ela tem que fazer a sua logística, porque quem paga tudo é o clube. E para que determinados hotéis recebam algumas pessoas, os hotéis  têm que estar preparados, porque, numa delegação desportiva, não vai cada um dormir no seu próprio quarto”, explicou Vaz.  

Vitor Miguel, também  Dirigente Desportivo, questiona a falta de comunicação prévia por parte da Liga Moçambicana de Futebol que ao fim ao cabo os clubes é que são castigados.

“Veja que esta comunicação vem de ontem a noite ou antes de ontem, e hoje, sexta-feira, os clubes que estavam preparados para realizar os jogos no sábado, quer domingo, já tinham toda a logística feita e isto está a trazer situações embaraçosas para os clubes, que não têm como recuperar isso”, reclamou Victor Miguel.  

Na visão de Miguel Vaz, o adiamento dos jogos da jornada seis pode ser o prelúdio de uma crise, que exige maior organização da entidade que gere o Moçambola.

“Eu penso que a nível de futebol as coisas não se fazem porque temos fé que isso vai acontecer, mas é preciso que haja programação, haja organização. Então, aquilo que não existe na Liga de Futebol Moçambicana é programação e organização, porque tudo funciona na base da fé (…) Uma prova como esta tem que funcionar com bases em garantias concretas, nada pode ser com base na fé ou na percepção. Infelizmente, a nossa liga funciona na base da fé e da apreciação”, disse.  

O comunicado da Liga Moçambicana de Futebol é menos explicativo sobre a localização dos referidos problemas lógicos, daí que os  antigos dirigentes desportivos desafiam a LAM a vir ao público explicar.

Sobre o assunto a liga Moçambicana de futebol fecha-se em dar quaisquer detalhes adicionais ao comunicado de imprensa, o mesmo acontece do lado das Linhas Aérea de Moçambique. Enquanto isso, dos sete jogos programados para a sétima jornada, só um vai acontecer, trata-se do Ferroviário de Nacala e Nampula por serem da mesma província.

O Centro Cultural Português na Beira vai, no próximo dia 18 de Julho, prestar uma homenagem ao escritor e artista plástico Adelino Timóteo. O evento contará com familiares, amigos e seguidores do percurso extraordinário do artista.

Adelino Timóteo nasceu a 3 de Fevereiro de 1970, na Beira, em Moçambique. Formou-se em Língua Portuguesa, mas nunca foi professor. Mais tarde, licenciou-se em Direito. Em 1994, na Beira, ingressou na área do jornalismo, tendo passado pelo Diário de Moçambique, pelo semanário Savana e ainda pelo semanário Canal de Moçambique.

Ao longo dos últimos 30 anos, Adelino Timóteo tem construído e consolidado uma carreira notável, demarcando-se como escritor e artista plástico no panorama nacional e internacional.

Adelino Timóteo, o escritor, tem 26 obras publicadas, entre poesia, romances e biografias históricas. Começou com “Os segredos da arte de amar” (Maputo: AEMO, 1998). Ilustrativamente, destacamos “A Virgem da Babilónia” (Maputo: Texto, 2009), a tríade lançada em 2013 com a chancela da Alcance Editores “Não chora Carmen”, “Nós, os do Macurungo” e “Livro Mulher” e terminamos com os últimos três títulos, designadamente “A biblioteca debaixo da cidade” (2023), “Jorge Jardim: o ano do adeus ao ultramar” (2024) e “Regresso ao sagrado Macurungo” (2025).

Adelino Timóteo, o artista plástico, conta com 26 exposições, em várias cidades de Moçambique, tendo exposto, ainda, na Espanha e na Áustria. Começou, em 1994, com uma exposição coletiva com os artistas Ferrão, Silva e Sitoe, na Casa Provincial de Cultura de Sofala. Em 2001, expõe pela primeira vez a título individual no Clube Náutico da Beira. Em 2013, o artista apresenta a “Exposição Msiro”, na Galiza, na Espanha e, no mesmo ano, apresenta a exposição individual “Mussicanas do Macurungo” no Centro Cultural Português na Beira. Atualmente, por ocasião dos seus 30 anos de carreira, encontra-se em exibição a sua última exposição de pintura intitulada “As Meninas da Rua 6 e outras”, na Casa do Artista, na Beira.

Timóteo recebeu, em 1999, o prémio anual do Sindicato Nacional do Jornalismo, pela melhor Crónica Jornalística. Em 2021, foi galardoado com o Prémio Nacional Revelação de Poesia AEMO (Associação dos Escritores Moçambicanos). Em 2011, recebeu o Prémio BCI/AEMO 2011 pela obra “Dos frutos do amor e desamores até à partida” e, em 2013, recebeu o “Melhor Escritor da Cidade da Beira”, Moçambique.

O escritor e artista plástico também foi distinguido pela “excelente e inquestionável qualidade de sua obra” (2015), pelo Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora (CEMD), Lisboa, Portugal. Adelino Timóteo foi homenageado pelo ISPO (2004), pelo Conselho Municipal da Beira (2007) e pelo Conselho Municipal de Quelimane (2015).

No passado dia 05 de Junho, o escritor e artista plástico celebrou os seus 30 anos de carreira na Casa do Artista e, no dia 18 de julho, às 18h, será homenageado no Centro Cultural Português na Beira.

As empresas municipais de saneamento das cidades da Beira, Nampula, Tete e Quelimane sentem-se excluídas da lei de abastecimento de água e saneamento no país, apesar de serem as primeiras a lidar com esta questão. Por isso, as empresas sugerem que sejam envolvidas, urgentemente, em todo processo de abastecimento de água e saneamento.

Os directores dos municípios de Quelimane, Nampula e Tete estão reunidos em Chiveve,  para mostrar a sua preocupação em relação à nova lei de abastecimento de água e saneamento. 

Os directores acusam o  Governo central de não os envolver, de forma directa, na dinâmica de abastecimento de água e saneamento, o que impacta negativamente nas suas actividades.

No encontro, as empresas municipais da Beira, Nampula, Quelimane e Tete procuraram plataformas para junto de outras entidades encontrarem respostas às suas preocupações. Vão ainda discutir os desafios do dia-a-dia, para melhor enfrentar e prestar um serviço de qualidade aos munícipes, principalmente com o galopante crescimento populacional e as mudanças climáticas, dois factores que impactam bastante nos processos de saneamento e abastecimento de água.

O Presidente da República foi hoje confrontado com várias questões sociais, que preocupam os funcionários e agentes do Estado. Algumas delas são a falta de segurança nas escolas e o encerramento dos escritórios da USAID em Maputo.

No segundo dia da visita de trabalho de Daniel Chapo a Província de Maputo, os funcionários e agentes do Estado fizeram vários questionamentos e apresentaram algumas sugestões para o executivo. 

“Com o apoio que os pais e encarregados de educação têm dado para a construção de salas, eu queria pedir que o Governo, pelo menos, das escolas já existentes, para que possam apoiar com as carteiras, porque as crianças saem das sombras, mas voltam às salas de aulas para sentar no chão”, disse Cristódia, Professora.  

A esta pergunta, o Chefe de Estado enalteceu a participação das comunidades na construção das salas de aulas e reiterou a necessidade de outras medidas para o apetrechamento das salas de aulas. 

Além do apetrechamento das salas de aulas, foi também reclamada a ausência da Polícia de protecção nas escolas, por alegada falta de efetivo. 

Os funcionários públicos mostraram-se também preocupados com a saída da USAID no país, principalmente no que diz respeito ao fornecimento de medicamentos às pessoas com HIV. “Queria aqui pedir ao Governo para encontrar medidas para que o povo moçambicano, urgentemente, encontre soluções para que haja actividades de resposta ao HIV/Sida ao nível nacional”. 

A Liga Moçambicana de Futebol adiou seis dos sete jogos da sexta jornada do Moçambola que deveriam acontecer este fim-de-semana, devido à indisponibilidade dos voos para a deslocação das equipas. 

O anúncio foi feito através de um comunicado da Liga Moçambicana de Futebol. 

Apenas um dos sete jogos que estavam previstos para este fim-de-semana é que se irá realizar. Trata-se da partida entre os Ferroviários de Nacala e de Nampula. 

No comunicado, tornado público esta quinta-feira, a LMF justifica que o adiamento foi motivado por problemas logísticos, ligados à indisponibilidade de voos para a deslocação das equipas.

A entidade responsável pela maior prova futebolística nacional avança que está a empreender todos os esforços possíveis para garantir que a situação seja resolvida.

Esta não é a primeira vez desde o arranque da prova em Maio, que a Liga Moçambicana de Futebol é obrigada adiar jogos devido ao cancelamento ou indisponibilidade de voos. 

Recentemente, o jogo entre o Ferroviário de Maputo e Textáfrica de Chimoio foi adiado duas vezes por conta das dificuldades de os “fabri” viajarem para Maputo. 

Jogadores, treinadores e dirigentes foram obrigados a pernoitar no Aeroporto Internacional da Beira. 

Assim, ainda não há datas sobre a realização da sexta jornada do Moçambola, prova liderada pelo Ferroviário de Maputo, com 11 pontos.

O país registou uma ligeira redução do custo de vida em Junho deste ano, com uma deflação de 0,07%, impulsionada sobretudo pela queda dos preços do tomate, couve, alface, feijão manteiga, gasóleo e gasolina. No entanto, comparando com Junho de 2024, o custo de vida continua mais elevado, com uma inflação homóloga de 4,15%, reflectindo aumentos persistentes nos preços de alimentos e serviços básicos.

Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o alívio verificado em Junho marca uma inversão momentânea na tendência de subida de preços registada ao longo do primeiro semestre. No acumulado do ano, a inflação situa-se, agora, em 1,20%, com destaque para as divisões de Alimentação e bebidas não-alcoólicas e Restaurantes e similares, que contribuíram com 0,43 pontos percentuais cada para esse valor.

Em Junho, vários alimentos básicos ficaram mais baratos nos mercados moçambicanos. Hortaliças como o tomate, a couve e a alface registaram quedas de preços entre 7% e 9%, enquanto o feijão manteiga e o coco também baixaram, com reduções entre 3% e 6%. Esses produtos, amplamente consumidos pelas famílias, ajudaram a aliviar o custo de vida no mês.

Estes produtos foram responsáveis por cerca de 0,32 pontos percentuais negativos na variação mensal. A redução dos preços destes itens, essenciais na dieta diária, contribuiu diretamente para o alívio no custo de vida durante o mês.

Outro factor que contribuiu para a redução do custo de vida em Junho foi a queda nos preços dos combustíveis. Em comparação com o mesmo mês do ano passado, o gasóleo ficou 3,1% mais barato e a gasolina teve uma redução de 1,0%, aliviando os custos com transporte e distribuição de produtos.

PRODUTOS QUE CONTRARIARAM A QUEDA:

Apesar da queda geral de preços, alguns produtos ficaram mais caros em Junho e reduziram o impacto da deflação. Entre os que subiram estão o pão de trigo (+2,8%), o carapau (+2,1%), o peixe fresco e seco (ambos +1,2%) e a galinha viva (+1,5%). Também houve aumento nos produtos para o lar, como lençóis e fronhas (+4,9%), e nos veículos em segunda mão, com uma subida de 3,4%. Esses aumentos reflectiram-se no dia-a-dia, especialmente em produtos de consumo regular e bens duráveis.

Esses produtos contribuíram com 0,20 pontos percentuais positivos para a variação mensal.

Embora Junho tenha registado uma ligeira queda nos preços, os dados mostram que a vida continua mais cara do que há um ano. A inflação homóloga foi de 4,15%, o que significa que, em média, os preços subiram 4 meticais por cada 100, em comparação com Junho de 2024. Os maiores aumentos foram nas áreas de alimentação e bebidas não alcoólicas (+9,38%) e restaurantes, hotéis e cafés (+8,53%), sectores que pesam directamente no bolso das famílias.

Produtos como pão de trigo, arroz em grão, feijão manteiga, sumos naturais, refeições em restaurantes e sabão em barra mantêm tendência de subida e contribuíram com 0,98 pontos percentuais para a inflação acumulada.

Por exemplo, uma refeição que custava 100 meticais em Junho de 2024 passou a custar 109 meticais em Junho deste ano.

Já a análise regional mostra que o aumento do custo de vida foi mais sentido em algumas zonas do país. As maiores subidas de preços, em comparação com Junho de 2024, ocorreram em Tete (+6,31%), Xai-Xai (+5,67%), Inhambane (+5,53%), Beira (+4,43%) e Chimoio (+4,07%), indicando que estas regiões enfrentaram uma inflação acima da média nacional.

Maputo registou uma inflação homóloga de 3,68%, enquanto Quelimane teve a mais baixa, com 2,72%.

A deflação registada em Junho oferece um alívio momentâneo às famílias, sobretudo em produtos alimentares e transportes. No entanto, a inflação homóloga revela que a vida continua mais cara do que há um ano. O impacto é sentido principalmente pelas famílias com rendimentos mais baixos, que destinam grande parte do orçamento mensal para alimentação, transporte e serviços básicos.

Apesar do recuo pontual, os dados indicam que o custo de vida em Moçambique mantém-se pressionado por factores estruturais e globais, exigindo monitoria constante da evolução dos preços e da capacidade das famílias em enfrentar as dificuldades económicas.

O secretário de Estado em Gaza diz que, apesar do enorme potencial, Gaza não passa de um “mero produtor de matéria-prima para os mercados nacional e internacional”. Jaime Neto afirma ainda que a produção está longe de responder à necessidade da população.

A província de Gaza tem elevado potencial para um sector agrário diversificado, competitivo e dinâmico. No entanto, de acordo com secretário de Estado na província, Jaime Neto, a fraca transformação e modernização do sector reduziu a província a um “mero produtor de matéria-prima”.

“Na agricultura, para além de extensas áreas ociosas, enfrentamos grandes desafios de mecanização, disponibilidade e uso da semente melhorada, deficiências no sistema de regadio de campos, facto que coloca Gaza como mero produtor de matérias-primas para os mercados nacionais e internacionais. O seu aproveitamento continua aquém das expectativas e das reais necessidades da nossa população”, sublinhou.

Jaime Neto defende que é preciso mudar esta realidade e propõe soluções, entre elas a melhoria das infra-estruturas agrárias, investimento e recursos tecnológicos para dinamizar a cadeia produtiva.

“A dinamização destes e de outros sectores vitais para a nossa economia, para além de estimular o desenvolvimento económico, podem contribuir na resposta a vários outros desafios, que incluem o desemprego, e na disponibilidade de produtos de primeira necessidade a preços acessíveis”, concluiu.

O governante falava durante a sessão do Fórum de Consulta e de Concertação Social (FOCCOS), onde, entre outros, foi discutido o ambiente de negócios pós-protestos eleitorais. A Confederação das Associações Económicas (CTA) questionou o ponto da situação da dívida com os fornecedores há quatro anos.

“Excelência, ficamos muito satisfeitos com o pronunciamento do Governo sobre o início de pagamento de dívidas com fornecedores no plano dos 100 dias, mas consta que nenhuma empresa da província de Gaza foi paga”, apontou Ernesto Mausse, presidente do pelouro de Negócio e Turismo na CTA.

Outro ponto em destaque foi o impacto do salário mínimo no sector privado.

“Estamos preocupados com o salário que é pago aos trabalhadores nas empresas. A lei diz que o trabalhador deve ser remunerado em função da quantidade e qualidade do trabalho que presta, mas posso dar exemplo de uma empresa de comércio. Lá encontramos que o promotor de vendas recebe o mesmo salário que um carregador. E isso não é justo”, reclamou Ana Leonardo, da Organização dos Trabalhadores Moçambicanos (OTM) em Gaza.

Na sequência dos protestos pós-eleitorais, quatro empresas fecharam as portas, deixando 80 pessoas no desemprego na província de Gaza.

CTA DEFENDE BANCO AGRÍCOLA PARA FINANCIAR AGRO-NEGÓCIO

O presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Álvaro Massingue, defendeu, ontem, em Nampula, a criação urgente de um banco agrícola com capacidade financeira e enquadramento legal para impulsionar os sectores produtivos, sobretudo o agro-negócio.

Segundo escreve a AIM, Massingue lançou o apelo na abertura da primeira Conferência Internacional de Nutrição e Agro-Negócios de Nampula, que reúne mais de 300 participantes dos sectores público, privado, sociedade civil e partidos políticos. “É urgente a criação de um banco agrícola robusto para financiar o agro-negócio. O momento de agir é agora”, afirmou o líder da CTA, citado pela AIM.

Massingue lembrou que Moçambique possui 36,5 milhões de hectares de terras aráveis, mas apenas 15 por cento estão em produção, situação que considera exigir transformação imediata.

Também alertou para a desnutrição crónica, que atinge 37 por cento das crianças moçambicanas, número que sobe para 47,6 por cento em Nampula, comprometendo o desenvolvimento cognitivo e a futura inserção no mercado de trabalho.

“Ou continuamos a importar alimentos e pobreza, ou produzimos localmente, alimentamos melhor o nosso povo e criamos riqueza. O sector privado tem aqui um papel central”, destacou.

Reafirmou ainda o compromisso da CTA com a nutrição, sublinhando que “não é apenas saciar a fome, mas garantir dignidade, saúde e desenvolvimento humano”. O presidente da CTA convidou os empresários a transformarem os desafios do país em oportunidades de negócios sustentáveis e socialmente responsáveis.

A conferência encerra nesta sexta-feira e antecede a Feira Económica de Nampula, a decorrer de 11 a 13 de Julho.

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