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600 famílias carenciadas recebem comida para evitar exposição ao Coronavírus

A senhora Fátima vive numa casa de dois compartimentos com os seus 14 netos e por conta da situação difícil, depende muito do dia-a-dia para comer. A pandemia da COVID-19, deixou as coisas mais complicadas para ela.

Encontramo-la na sua casa num daqueles dias considerados de sorte, pois com a venda de peixe, conseguiu comprar 5 pães para os 14 netos, 1 copo de amendoim que vai usar para cozinhar o peixe que restou do seu negócio. Segundo ela, esse é o dia-a-dia na sua casa, pois não tem dinheiro para comprar comida que dure o mês inteiro.

Dona Fátima não sabe o que vai dar a sua família no dia seguinte, mas diz que se for decretado o lockdown, não terá como alimentar a si e os 14 netos, uma vez que se não conseguir peixe para vender, não terá como comprar comida. Aliás, com a recomendação de proteger as crianças, dina Fátima é a única pessoa que vai a praia e consequentemente a quantidade de peixe que a família consegue baixou e baixou.

Mas essa não é a única preocupação, é que dona Fátima tem uma idade já avançada e também deveria ficar em casa para evitar a contaminação do vírus, mas se assim o fizer a família poderá morrer a fome.

E foi pensando em famílias como a de dona Fátima que o Conselho Autárquico de Vilankulo decidiu intervir. A edilidade tem ao todo 10 mil dólares americanos para dar comida a 600 famílias carenciadas por pelo menos 2 meses.

O edil William Tunzine disse ao “O País" que o apoio vem de pessoas de boa fé da Alemanha que disponibilizaram o dinheiro que será usado para comprar comida e dar as famílias carenciadas sobretudo as chefiadas por idosos, como forma de evitar que estas fiquem expostas ao vírus e possível contaminação.

Tunzine diz que o apoio alimentar vem completar outras medidas tomadas pela edilidade para prevenir a contaminação pelo Coronavírus e citou como exemplo a desinfecção de veículos e de locais públicos e a distribuição gratuita de máscaras.

Além de comida, as famílias vão receber gratuitamente máscaras feitas por um estilista local. Hélder Matsimbe o líder de um grupo de jovens que juntou -se para produzir 2 mil máscaras e oferecer gratuitamente a pessoas carenciadas,  vendedores de mercados, transportadores de passageiros e outros que por inerência de funções devem estar na rua todos os dias.

Vilankulo é um distrito predominantemente turístico, por sinal, o sector mais afectado pela crise provocada pela pandemia da COVID-19.

 

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