Sessenta crianças morrem antes de completarem cinco anos em Moçambique e mais da metade dos bebés em Nampula nascem fora das maternidades. Por outro lado, a taxa de desnutrição crónica é de 47% em Nampula.
O último Inquérito Demográfico e de Saúde produzido pelo Instituto Nacional de Estatística mostra o resultado da direcção que o país está a tomar no que diz respeito às políticas públicas.
Os dados divulgados esta segunda-feira mostram que, de 1997 a esta parte, o número de filhos por mulher tende a diminuir e as mulheres com baixa escolaridade são as que têm mais filhos.
E sobre os nascimentos, um dado que chama atenção é que em cada mil nascimentos, 60 morrem antes de completarem cinco anos, colocando Moçambique na lista dos países com maior taxa de mortalidade infanto-juvenil.
Foram inquiridos 16.045 agregados familiares no período de 2022-2023 e Nampula foi a província com maior número de inquiridos, justificando-se assim o peso estatístico da província mais populosa do país. E é mesmo em Nampula onde a estatística mostra que mais da metade dos nascimentos ocorrem fora das unidades sanitárias.
Estes dados espelham os desequilíbrios regionais, onde na cidade e província de Maputo há maior acesso à rede hospitalar, e no Norte, é menor.
Se tivermos em conta que em média nascem 20 mil bebés por mês em Nampula, significa dizer que mais de 10 mil nascimentos são fora das maternidades.