Museu da Revolução, de João Paulo Borges Coelho; Tornado, de Teresa Noronha; e O livro do homem líquido, de Pedro Pereira Lopes; são as três obras literárias moçambicanas das 10 finalistas do Oceanos – Prémio de Literatura em Língua Portuguesa 2022, no Brasil.
A novidade foi divulgada esta terça-feira, pela organização do concurso literário, Itaú Cultural. Assim, com três obras literárias, Moçambique é o único país africano na final do prestigiado prémio literário. Além de Moçambique, Portugal encontra-se na final com três autores e Brasil com quatro.
Nesta edição do Prémio Oceanos, segundo avança a organização, o conjunto das 10 obras finalistas foi publicado no Brasil, Moçambique e Portugal. Apenas dois livros foram publicados em mais de um país, designadamente, Museu da Revolução (Portugal, Moçambique e Brasil) e Vista Chinesa, de Tatiana Salem Levy (Brasil e Portugal).
Entre as 10 obras literárias finalistas, duas são de contos, uma de crónicas, uma de poesia e seis romances.
Conforme avança a organização de um dos mais importantes prémios em língua portuguesa, o júri inicial elegeu os dois júris subsequentes. Do júri intermédio, que seleccionou as 10 obras finalistas, entre as 65 semifinalistas, destaca-se a professora universitária moçambicana Teresa Manjate, que lecciona na Universidade Eduardo Mondlane. Já nesta fase final, que irá avaliar e escolher os três grandes vencedores, entre os 10 livros, destaca-se o professor universitário moçambicano Artur Minzo, que lecciona na Universidade Pedagógica de Maputo.
O anúncio dos grandes vencedores do Prémio Oceanos irá acontecer, de acordo com a organização, pela primeira vez num país africano de língua português: Moçambiquea. “Uma comitiva do prémio – formada pela gestora cultural e coordenadora do Oceanos, Selma Caetano, a jornalista e curadora Isabel Lucas e o escritor Luís Cardoso, vencedor do Oceanos 2021 – vai a Moçambique para assinar um Memorando de Entendimento com o Ministério da Cultura e Turismo”, lê-se no site do Itaú Cultural, que acrescenta que a 8 e 9 de Dezembro, o Oceanos realizará em Maputo uma programação literária com escritores dos três países finalistas.
Portanto, os grandes vencedores serão conhecidos a 9 de Dezembro, às 18h, num evento a ser transmitido online de Maputo para o mundo inteiro.
Os vencedores serão laureados com: 1º classificado, 120 mil reais (1 440 000 meticais); 2º classificado 80 mil reais (960 000 meticais); e o terceiro classificado, 50 mil (600 000 meticais).
O romance Museu da revolução, de João Paulo Borges Coelho, retrata várias geografias e episódios da História de Moçambique dos últimos 50 anos. O centro da história é a personagem Jei-Jei, que contribui para que o romance seja também rico em inovação literária.
Tornado, de Teresa Noronha, à semelhança de Museu da revolução, reconstrói certos passados de Moçambique. No entanto, tendo como foco narrativo a perspectiva de uma menina que vai crescendo enquanto narra a sua e a história de um território.
O livro do homem líquido, de Pedro Pereira Lopes, constitui uma opção versátil de microcontos, onde se mistura a realidade e a ficção possível de embalar o leitor em momentos de lazer, desconstrução e construção de melhores ideias.
Os outros livros finalistas do Prémio Oceanos 2022 são Líbano, labirinto, de Alexandra Lucas Coelho; Maremoto, de Djaimilia Pereira de Almeida; Quarentena – Uma história de amor, de José Gardeazabal (Portugal); O som do rugido da onça, de Micheliny Verunschk; Quem tá vivo levanta a mão, de Maria Fernanda Elias Maglio, Risque esta palavra, de Ana Martins Marques; e Vista Chinesa, de Tatiana Salem Levy (Brasil).