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Município de Maputo recorre a apelos para evacuar Nwankakana

Município Maputo pediu, última sexta-feira, intervenção social para a persuasão dos vendedores do Mercado 16 de Junho, vulgo “Nwankakana”, no sentido de aderirem ao processo de reassentamento e cederem o espaço que actualmente ocupam para dar lugar às obras de construção da ponte Maputo-Katembe. 

O Município Maputo pediu, última sexta-feira, intervenção social para a persuasão dos vendedores do Mercado 16 de Junho, vulgo “Nwankakana”, no sentido de aderirem ao processo de reassentamento e cederem o espaço que actualmente ocupam para dar lugar às obras de construção da ponte Maputo-Katembe. 

O apelo surge devido à recusa dos vendedores informais em abandonar o local onde exercem a sua actividade, exigindo o pagamento de indemnizações. 

Através de um comunicado de imprensa recebido na nossa redacção, a edilidade diz ter tentado, por várias vezes, um diálogo com os vendedores para abandonarem “Nwankakana” para outro mercado devidamente identificado e com condições melhoradas, mas as tentativas redundaram em fracasso.

A edilidade explica que, apesar do seu carácter informal, o local onde aqueles vendedores se encontram a realizar as suas actividades é um mercado municipal, propriedade do Município de Maputo, pelo que é um bem público e não privado. 
“Nenhum daqueles vendedores é proprietário daquele local. O novo local para onde os vendedores serão transferidos é igualmente um mercado municipal, sendo propriedade do Município de Maputo”, refere o documento. 

A edilidade destaca que há mais de um ano que está a dialogar e a persuadir os vendedores no sentido de saírem daquele local, mas os mesmos continuam a recusar.

A edilidade salienta que “a ponte é uma obra de interesse público e a sua implantação não pode nem deve ser impedida, muito menos retardada sob qualquer tipo de pretexto, pois, dada a sua envergadura, envolve não só interesses moçambicanos, mas também internacionais, e a sua construção e conclusão obedecem a prazos estabelecidos em contratos entre governos e empresas privadas”.

Entretanto, a edilidade dirigida por David Simango diz haver situações de aproveitamento político da situação daquele mercado por parte daqueles que considera estarem a agir de má-fé e contra os interesses do bem comum. 

 “Há políticos que têm estado a promover e perpetuar o ambiente de desobediência que se assiste”, refere um comunicado de imprensa.

A ponte Maputo-Katembe concluiu, semana finda, a montagem do tabuleiro que liga as duas torres, dando sinais de estar num estágio de execução avançado, contudo, o braço-de-ferro com os vendedores do mercado 16 de Junho continua a condicionar a execução das obras do lado da zona urbana da capital.

Refira-se que das duas margens já houve famílias retiradas e reassentadas em outros bairros, sendo que “Nwankakana” é o último ponto em falta. 

Os vendedores exigem, para além de nova zona de trabalho, uma indemnização por parte da edilidade, que por seu turno diz tratar-se de uma exigência sem qualquer nexo e, por isso, fora de questão.

Perante o braço-de-ferro prevalecente, os próximos dias poderão ser de maior tensão, na medida em que, em defesa do que considera bem comum, é previsível que a edilidade tenha que recorrer à força para evacuar a zona. 

 

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