A cada dia descobrem-se comunidades que estão isoladas devido aos estragos causados pelo ciclone Idai e pelas cheias. Na localidade de Gruja no distrito de Búzi, há mais de 500 famílias que estão isoladas porque as estradas estão intransitáveis, aliás o mesmo acontece para a sede da localidade, que entretanto, as famílias ali residentes têm a alternativa de caminhar 10 quilómetros até ao povoado de Nhabzijoca para receber ajuda. Enqunto que Mamudji dista pelo menos 30 km.
Mesmo assim aquele povoado tem recebido alguns produtos via aérea e assistência médica, mas não chega a ser suficiente porque os voos não são regulares.
As distâncias e o corte de estradas torna a logística de assistência alimentar e médica bastante complexa uma vez que a maior parte das comunidades só são acessíveis via aérea. Mas apesar disso os poucos meios aéreos disponíveis têm sido maximizados para conseguir alargar o raio de cobertura da ajuda, com helicópteros a terem que fazer diariamente várias viagens para vários locais distribuídos produtos alimentares e pessoal médico e medicamentos.
Hoje mais de 300 famílias da localidade de Gruja recebeu diversos produtos alimentares e equipas médicas das Forças Armadas de Defesa de Moçambique trataram mais de 148 pessoas, cuja maioria padecia de malária e diarreias. Gruja é uma das localidades que foi severamente devastada pelas cheias que chegaram a engolir por completo quase todas as casas e edifícios existentes na localidade, tendo apenas escapado a secretaria da localidade cujo tecto albergou por três dias quase cem pessoas.
A localidade perdeu 16 pessoas, maioritariamente crianças. Encontramos naquela comunidade duas famílias, uma que perdeu cinco crianças e a outra, três dos seus quatro filhos. Todas foram arrastadas pelas águas ante a impotência dos pais em salvar-lhes. Das oito crianças, sete foi possível recuperar os seus corpos e uma continua desaparecida.
Ao todo há mais de 850 famílias em Gruja que aguardam por ajuda alimentar e apenas 300 recebeu produtos para se alimentar por pelo menos 15 dias. Refira-se que o Instituto de Gestão de Calamidades e seus parceiros estão a assistir mais de 850 mil pessoas nas quatro províncias da Zona Centro.