O País – A verdade como notícia


ÚLTIMAS


ÚLTIMAS

Destaques

NOTÍCIAS

O Centro Cultural Franco-moçambicano exibe,  às 18h desta terça-feira, no seu Auditório, na Cidade de Maputo, o filme “Virgem Margarida”.

Realizado por Licínio Azevedo, o filme apresenta-se no cenário moçambicano durante a transição pós-colonial e conta a história de Margarida, uma jovem camponesa levada por engano para um campo de reeducação destinado a prostitutas.

Com duração de 90 minutos,  o evento cinematográfico visa explorar a jornada de Margarida em busca de sua identidade e herança cultural, num contexto em que o Governo moçambicano busca erradicar a exploração sexual das mulheres.

Neste sentido, mulheres que trabalhavam como prostitutas foram retiradas das ruas e levadas para um campo onde pudessem ser treinadas para se tornarem independentes da prostituição.

Após a exibição, haverá um espaço de conversa com o realizador Licínio Azevedo e convidados.

Vídeos

NOTÍCIAS

Para comemorar o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, a Livraria Fundza vai realizar, de 23 a 26, na Cidade da Beira, uma feira do livro. O evento inclui diversas actividades, com destaque para lançamentos e exposições de livros, conversas com escritores e sessões de autógrafos.

A nota de imprensa da Fundza avança que as comemorações arrancam às 9h do 23, na Escola Secundária Mateus Sansão Mutemba, com o lançamento do projecto Livro em Movimento, no qual todos os leitores poderão fazer troca de livros.

No mesmo dia, às 10h, os alunos da Escola Privada Luz do Futuro terão a oportunidade de fazer uma visita à Livraria Fundza. A partir das 18 horas, no mesmo local, vai decorrer uma conversa subordinada ao tema “Promoção do livro em Moçambique: limites e possibilidades”. Fernando Chicumule, Belmiro Adamugy e Pedro Fote são os convidados para debater o tema.

No segundo dia, 24 de Abril, às 9h, os escritores Diogo Vaz e Whaskety Fernando estarão à conversa com alunos da Escola Secundária da Ponta-Gêa.

No dia seguinte, no Centro Cultural Português da Beira, a partir das 18 horas, o advogado Augusto Macedo Pinto vai lançar o livro “Beira, a origem do fim”, no qual o autor defende a tese de que a Revolução de 25 de Abril de 1974, que marca o início da vida democrática em Portugal, pondo termo ao regime autoritário do Estado Novo abrindo caminho para a resolução do problema da guerra colonial, terá começado na Cidade da Beira.

Às 9h do dia 26 de Abril, os alunos da Escola Primária Completa de Macurungo vão receber os escritores David Melar e Pe. Alberto Luís Matimbire para uma conversa sobre livros e leituras.

Dezasseis cidadãos dentre funcionários e singulares, são acusados de desvio de mais de 7 milhões de meticais no distrito de Namarrói na província da Zambézia. O saque foi feito via e-sistafe.

O Gabinete provincial de combate à corrupção da Zambézia acaba de instaurar dois processos crimes contra 16 cidadãos, dentre eles funcionários públicos e singulares, estes últimos utilizados como veículo para o saque de mais de 7 milhões de meticais.

Dos funcionários Parte deles estão vinculados a secretaria distrital, serviços de infraestruturas, de educação, juventude e tecnologia de Namarrói na província da Zambézia.

O desvio de fundos públicos ocorreu em 2021 sendo que dos 16 arguidos, três foram recolhidos à prisão preventiva aguardando os demais, ulteriores termos em liberdade sob termo de identidade e residência.
A data dos factos, parte dos arguidos com a qualidade de servidores públicos, exerciam cargos de direção e chefia e outros detinham perfis de usuários de e-sistafe. Este comunicado de imprensa do Gabinete de combate à corrupção provincial refere que: como forma de lograrem os seus intentos, cadastraram como usuários de e-sistafe sem o seu conhecimento, funcionários sem qualificações técnicas, atribuindo-os as senhas de usuários. Efectuaram transferências a favor de terceiros estranhos a instrução, simulando serem credores das instituições públicas em alusão. Como consequência, causaram prejuízo ao estado no valor de 7.556.200,00Mt.

Os processos acima identificados, foram acusados no dia 11 de Abril do ano em curso, tendo sido remetidos para o tribunal judicial da Zambézia para ulteriores termos processuais.

É abril, Roberto Chichorro celebra 60 anos de carreira e aos olhos de Naguib, este renomado artista plástico que levou Moçambique além fronteiras, não é devidamente valorizado no seu próprio país.

Contrariamente ao pensamento que paira entre os artistas de que “arte não tem explicação”, passam-se 60 anos desde que através do seu píncel, Chichoro descobriu que aliar cor à beleza e à suavidade explica na plenitude as suas emoções.

Para comemorar, de Portugal, Chichoro decidiu enviar a sua terra natal, uma coletânea de quadros que resumem seu percurso artistico e a beleza do país, uma vez que as suas principais mensagens reflectem o carisma da mulher moçambicana.

O gesto foi elogiado por muitos, incluindo apreciadores d’arte, críticos, artistas e colegas. Aliás, nestes últimos em que cabe o artista Naguib, seu amigo pessoal, primeiro, o enalteceu e o comparou aos por si considerados embondeiros, os também renomados artistas plásticos: Malangatana Valente Nguenha e  Bertina Lopes, uma italiana que nasceu em Moçambique.

Na mesma energia, o também artista Jorge Dias não poupou elogios e referiu as qualidades que diferenciam as obras do Chichoro dos demais “Chichoro não tem interesse nenhum em pintar costelas à mostra de uma criança ou esta criança com um prato de comida vazio, ele tem interesse em pintar uma criança que transmite alguma alegria, então ele é um pintor que se destaca ao fazer exactamente o oposto do que os outros fazem”, disse.

Fora os elogios, Naguib também lamentou e críticou a pouca valorização de Chichoro, ao que questionou, “por quê Chichoro manda uma dúzia de quadros para sua terra mãe e a Autoridade Tributária pega estes mesmos quadros e triplica o seu valor de vendas?, estes quadros são património nacional, nem deviam sair daqui”, questionou.

Em adição, Naguib denunciou aplicacação de taxas “injustas” pela Autorirade Tributária, “taxam-lhe imposto disto e imposto daquilo, de forma que é inviável vender estes quadros, ninguém vai comprar estas obras, até ao momento apenas uma foi comprada. A AT amputou-lhe as pernas com esses impostos”, criticou.

Exposição: Sonhos alados em azul com pássaros

A Fundação Fernando Leite Couto na cidade de Maputo, local que recebeu as 12 obras para a exposição alusiva aos 60 anos de carreira de Roberto Chichoro, através da curadora Maria Elisa, teceu agradecimentos e ao mesmo tempo, por se comemorar o mês da mulher apelou continuidade do legado de Chichoro.

O vice-ministro da Cultura e Turismo, Fredson Bacar, concordou que é inquestionável o contributo de Chichorro na cultura e na sociedade Moçambicana, também, reiterou o apelo a garantia da continuidade da “marca e identidade cultural” que Chichoro transmite.

Com 83 anos de idade, Chichorro continua sua jornada em Portugal, de onde  enviou as obras que estão em exposição até 3 de Maio próximo.

A terceira edição do Festival de Teatro Cenas Curtas vai realiza-se nos dias 26, 27 e 28 deste mês de Abril. Logo no dia inaugural, o evento vai decorrer na Fundação Fernando Leite Couto, na Cidade de Maputo, a partir das 18 horas, numa conversa com o gestor de projectos culturais Pablo Ribeiro e com os actores Yuck Miranda, Maria Clotilde e Rita Couto.

Subordinada ao tema “Criação e produção nas artes performativas: desafios das limitações vs. recursos”, a sessão estará aberta aos actores, encenadores e apreciadores das artes em geral, no que se supõe ser uma tentativa de busca de respostas para as questões essenciais que afectam o sector teatral e artístico em Moçambique.

No segundo dia, 27 de Abril, às 18h30, a terceira edição do Festival de Teatro Cenas vai ao Centro Cultural Sabura, igualmente na Cidade de Maputo, apresentar o que a organização designa como uma maratona de performances, com um poema de Fernando Leite Couto, uma caneta e um par de botas como adereços.

A terceira edição do Festival de Teatro Cenas vai terminar no dia 28, com curtas de improviso a realizarem na Fundação Fernando Leite Couto, a partir das 17 horas, e com dinamização da actriz e encenadora Maria Atália.

Na última quinta-feira, decorreu o evento Women Recognition Award em Maputo, uma iniciativa da Fundação SPROWT com o objectivo de premiar mulheres pioneiras ou que se destacam nas suas áreas de vocação.

Assim, a Pioneer Leadership Network for Women in Africa, celebrou o Dia da Mulher Moçambicana, reconhecendo as contribuições das mulheres no desenvolvimento da sociedade moçambicana, alinhadas ao propósito, visão, missão, e valores da Fundação SPROWT, bem como aos seus eixos/focos estratégicos (educação, desenvolvimento, conhecimento, ciência e cultura).

No evento, estiveram presentes diversas personalidades, avança a nota de imprensa, entre elas a Presidente da Assembleia da República, Esperança Bias, e o Secretário de Estado da Cidade de Maputo, Vicente Joaquim.

“Um dos momentos mais altos da cerimónia foi aquando do anúncio do prémio Direitos Humanos a título póstumo para Dra. Alice Mabota, a emoção e as palmas tomaram conta do lugar e todos os presentes renderam vénias a tributo e legado deixado pela figura considerada pioneira do activismo pelos Direitos Humanos em Moçambique”, lê-se na nota de imprensa.

A premiação foi fruto de um trabalho árduo de uma comissão independennte do Award formada por membros da sociedade civil, diplomática e empresarial, alinhados com a visão, missão, e valores da Fundação SPROWT – a saber, Anabela Andrianopoulos, que presidiu a Comissão, Jorge Ferrão, Lina Aiuba e Maryse Bounda.

As 14 laureadas são mulheres que demonstram liderança, força, coragem, capacidade, criatividade, compromisso excepcional no progresso da mulher na sociedade através da motivação, inspiração e desenvolvimento sustentado nas áreas de economia, saúde, social, género, direitos humanos, política, negócio, educação, ciência, tecnologia, cultural, desporto e mídia

 

O autor Amílcar Armando Rajá vai lançar o livro de narrativas “A intimidade das sementes”, que é uma colectânea de prosa que compreende 10 microcontos e sete contos.

Na nota da gala-gala, que edita o livro, trata-se de narrativas em que Rajá aborda diferentes temáticas e passeia por diversos cenários, transportando os leitores para mundos imaginários, mas de personagens comuns. Para Daniel Mabjaia, que prefacia o livro, “as características desta obra são, de per si, multifacetadas”, e completa, “aqui, dramas de vidas e vivências são descritos com o intuito de encantar. São estórias que se confundem com histórias”.

O lançamento oficial está marcado para o dia 26 de Abril, na Mediateca do BCI, na Cidade de Nampula. A apresentação do livro estará a cargo de AC Guimarães.

O livro de 90 páginas inaugura a colecção “Out of the box” da Gala-Gala Edições. O evento é aberto ao público. Haverá ainda uma sessão de venda de livros e autógrafos, proporcionando aos leitores a oportunidade de interagir directamente com o autor.

Armindo Armando Rajá nasceu em 1997, na província de Nampula. O seu primeiro contacto com as letras ocorreu na disciplina de Português, no 12º ano, na Escola Secundária de Nampula. Teve uma menção honrosa no Concurso Literário Um Hino ao Império Brasileiro, com o texto “A poderosa voz do escravo”. A sua inspiração para escrever provém da beleza da natureza e pelo facto de saber que “a existência humana é a essência de toda beleza”.

O mais recente relatório Indicadores de Confiança e Clima Económico, do Instituto Nacional de Estatística, avança que a perspectiva de emprego registou queda no primeiro trimestre de 2024, ou seja, as projeções de absorção de mão-de-obra por parte das empresas caíram no início do ano, apesar da tendência favorável do clima económico.

Interrompendo o perfil favorável que vinha registando desde o segundo trimestre de 2023, os empresários mostraram menor disposição para contratar num horizonte de curto prazo.

Este indicador (empregabilidade), que mede o optimismo empresarial qualitativo sobre o emprego, evoluiu em contramão com o índice da actividade económica, que mostra sinais progressivos de recuperação, uma tendência iniciada em 2023.

Como explicar que, num contexto de recuperação do clima económico, apesar de constrangimentos, as empresas tenham menos disposição para contratar?

O economista Egas Daniel entende que os constrangimentos registados pelas empresas no primeiro trimestre, como a dificuldade de acesso a financiamentos, a falta de matéria-prima e a queda da procura no ramo comercial justificam a queda do “apetite” em contratar.

“O relatório cita alguma limitação no acesso à matéria-prima que aumenta o custo das empresas e, aliada à dificuldade no acesso a financiamento, priva as empresas de operarem no seu mais alto nível de produção e, muitas vezes, para compensar a baixa produção, têm de restringir alguns factores de produção, neste caso a mão-de-obra”, disse o economista que falava no programa O País Económico, da STV Notícias.

Por outro lado, o economista argumenta que a procura mais branda, típica do primeiro trimestre, e os choques climáticos que se agregam a este factor de limitação geram uma menor necessidade de produzir e, consequentemente,  menor capacidade de contratação, principalmente a mão-de-obra sazonal.

“Outrossim, estamos a ter um aumento dos níveis de produção no sector industrial. Não quer dizer que este aumento de produção é proporcional à mão-de-obra, porque isso depende de se é capital intensivo ou mão-de-obra intensiva. Pode-se abrir uma empresa que produz muito e alimenta o PIB, mas se grande parte do que é preciso para produzir são máquinas, então é natural que haja essa restrição de procura por trabalho”, explicou Daniel.

O documento explica que a apreciação negativa do indicador teve maior impacto nos sectores de serviços e de comércio, onde as perspectivas de emprego diminuíram substancialmente no período em análise.

Isto acontece num contexto em que a Função Pública reduziu significativamente os sinais de contratação, o que abre portas a uma possível deterioração do cenário de empregabilidade no país.

O sector público prevê contratar 4880 novos funcionários durante o exercício económico de 2024, de acordo com o Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE).

A maioria das novas contratações será destinada às áreas da saúde e educação, que vão contar com 1294 e 2909 trabalhadores, respectivamente. “Do total de novos funcionários aprovados para a educação, 2803 destinam-se ao ensino geral, 48 para o técnico, 24 para o superior e 34 para a formação profissional”, lê-se no PES.

O sector da agricultura vai poder contratar 455 funcionários e os órgãos do sistema de administração da justiça vão contar com mais 222, segundo o documento.

Nesta senda, o economista Egas Daniel julga que, enquanto a Função Pública limita o nível de empregabilidade, o número de pessoas que não conseguem aceder ao mercado de trabalho será extremamente alto.

“Se a população moçambicana está a crescer com essa proporção, 2,7% da média anual, significa que o Estado devia criar condições para que o mercado de emprego cresça na mesma proporção. Portanto, os mais de 500 mil jovens que anualmente entram para o mercado de trabalho estão entregues à sua sorte”, avançou Daniel.

Entretanto, o economista chama atenção para o facto de que o Estado não deve ser o maior empregador, cabendo-lhe ter um número de funcionários capaz de sustentar a provisão eficiente dos seus serviços públicos.

Assim, sustenta a ideia de que ao Estado cabe criar condições para que o sector privado possa ter uma dinâmica de produção e produtividade que leva à contratação de pessoas na economia.

Que soluções podem ser empregues para salvar milhões de moçambicanos do desemprego? Egas Daniel entende que a viragem não será do dia para noite. “A realidade em Moçambique mostra que 90 por cento dos empregos são informais e, se entramos para uma análise por sector, veremos que a agricultura é o sector que mais absorve, por isso grande parte das pessoas estão num sector com baixa produtividade e com que o problema da sazonalidade”, afirmou.

A viragem no contexto da empregabilidade, segundo Egas Daniel, passa pela criação de condições em sectores intermediários entre a agricultura e serviços como os de processamento e manufactura, que precisam de mão-de-obra intensiva.

Nesta ordem, julga que o Estado tem de incentivar o surgimento de indústrias intensivas em mão-de-obra, o que passa por um processo gradual de transformação da economia.

Os dados apresentados pelo INE, nos Indicadores de Confiança e Clima Económico, são consensuais aos do Índice de Robustez empresarial, apresentado pelo sector privado no primeiro trimestre. A avaliação concluiu que o indicador de empregabilidade continua frágil. A fragilidade é explicada, no documento, pelo aumento de empregos a tempo parcial ou temporários, principalmente devido à redução na demanda por mão-de-obra no sector agrícola, que superou o efeito positivo registado no sector de hotelaria e restauração.

Nesta ordem, o índice de emprego temporário e em tempo parcial fixou-se em 30,6%, influenciado pela demanda de mão-de-obra para atender à época alta do turismo.

Banco de Moçambique e as outras empresas públicas passam a ser auditadas pelo Tribunal Administrativo, em resultado da revisão, na manhã desta sexta-feira, da lei que aprova a organização, funcionamento e processos de secção de contas públicas do Tribunal Administrativo. 

De acordo com o Governo, esta lei, que é revista oito anos depois, vem reestruturar os mecanismos de fiscalização e gestão das contas públicas, permitindo maior controlo do erário público. 

A lei passa a especificar as instituições que devem ser verificadas ou auditadas pelo TA, tais como a Assembleia da República, Conselho Constitucional, tribunais, órgãos de governação descentralizada provincial, distrital e das autarquias locais, entre outros. 

No entanto, a lei não citava o Banco de Moçambique, nem as empresas públicas. Foi preciso as bancadas da Renamo e MDM condenar e “ameaçar” de boicotar a aprovação do instrumento, para que o Governo, através da ministra da justiça, assuntos constitucionais e religiosos, Helena kida recuasse e, depois de um encontro de concertação, aprovar a sua inclusão.

A refinaria de gás liquefeito de petróleo (GPL), mais conhecido como gas de cozinha, em construção na província de Inhambane, poderá iniciar actividades ainda este ano. A garantia é dada pelo ministro dos Recursos Minerais e Energia, que avança uma previsível redução em 70% das importações deste recurso energético. A unidade, cujo investimento é liderado pela Sasol, será alimentada pelo gás natural explorado nos campos de Pande e Temane.

A refinaria de processamento de gás liquefeito de petróleo (GPL), mais conhecido como gás de cozinha, será a primeira na história do país. O Governo promete que a unidade, com capacidade para produzir 30 milhões de toneladas/ano, vai entrar em funcionamento no segundo semestre de 2024.

O ministro dos Recursos Minerais e Energia, que falava esta quarta-feira, na 1ª Conferência de Petróleo e Gás na África Austral, avança que a unidade vai aliviar as contas públicas por via da redução das importações de GPL.

“A produção de GPL aliviará as contas públicas, uma vez que o produto nacional servirá para suprir até 70% das necessidades internas, reduzindo significativamente as importações situadas actualmente de 48 mil cúbicos de GPL”, explicou Zacarias.

Recorde-se que, em 2012, o Governo iniciou um projecto de massificação do uso do gás de cozinha, para beneficiar moçambicanos, sobretudo os de baixa renda, reduzindo o uso de carvão e lenha, o que, segundo o ministro, está a concorrer para melhorar a vida dos moçambicanos.

Este programa traz consigo a componente ambiental, devendo reduzir o uso do carvão e lenha e contribuir para a melhoria das condições e da qualidade de vida das populações a médio e longo prazos”, disse.

Segundo o ministro,  o programa já beneficiou cerca de 30 mil famílias de oito províncias de Moçambique e, nos próximos em cinco anos, pelo menos quatro milhões de moçambicanos, o correspondente a cerca de 800 mil famílias, serão beneficiados, com impacto na redução das distâncias percorridas e mudança de hábitos e costumes.

A refinaria faz parte do Projecto PSA (Contrato de Partilha de Produção), da Sasol, que envolve, para além do gás, a construção de um empreendimento para a produção de energia, num investimento de 760 milhões de dólares norte-americanos.

O Projecto PSA irá produzir 23 milhões de gigajoules de gás natural por ano, que, para além de permitir a geração de 450 MW de electricidade, através da Central Térmica de Temane, serão usados para a produção de 30 mil toneladas de gás de cozinha por ano, naquela que será a primeira unidade do género em Moçambique.

A projecção feita pela Sasol é de absorção de mais de três mil trabalhadores, na fase de pico da construção da central e da refinaria.

Por outro lado, um dos parceiros do consórcio que opera o projecto Coral Sul FLNG, avançou haver uma possibilidade do anúncio de uma decisão final de investimento em 2024. O segundo projecto de plataforma flutuante de produção de GNL da Eni em Moçambique será similar à primeira plataforma flutuante que iniciou a produção em 2022.

Entretanto, o ministro da Energia esclareceu que o projecto está em fase de aprovação e que o arranque será num horizonte de três anos.

Recorde-se que a italiana Eni desvendou o potencial do coral na bacia de Cabo Delgado, em Maio de 2012 e opera a Área 4, juntamente com os seus parceiros ExxonMobil, CNPC, GALP, Kogas e ENH. Poderá ser o mesmo consórcio a trabalhar no segundo projecto FLNG offshore, já denominado de Coral Norte.

Sobre a retoma da Total prometida para o primeiro semestre deste ano, Carlos Zacarias diz que o Governo está a avaliar, junto às empresas, as condições de segurança na província.

As declarações foram feitas à margem da abertura de debates sobre o mercado energético na 1ª Conferência LPG EXPO 2024, em Maputo. No evento, o ministro manifestou abertura do país a investimentos que venham contribuir para a promoção do uso de energias limpas.

Aliás, Moçambique, junta-se ao debate na qualidade de signatário da agenda 2030  das Nações Unidas, que prevê a eliminação das formas tradicionais de uso da biomassa e a adopção de energias limpas e do Acordo de Paris, sobre o fortalecimento da resposta global à ameaça das mudanças climáticas.

+ LIDAS

Siga nos

Galeria