O País – A verdade como notícia

Quarta ronda de vacinação contra poliomielite vai abranger 7 milhões de crianças 

Foto: O País

Mais de sete milhões de crianças de zero a cinco anos de idade serão vacinadas contra a poliomielite no país. A quarta ronda da campanha de vacinação inicia esta quinta-feira e termina no dia 21 de Agosto em curso.

A quarta ronda da campanha de vacinação contra a poliomielite terá lugar de 18 a 21 de Agosto em todo o país.

O Ministério da Saúde (MISAU) prevê vacinar mais de sete milhões de crianças, de zero a cinco anos de idade, segundo fez saber o director nacional de Saúde Pública, Quinhas Fernandes, em conferência de imprensa.

“Queremos assegurar que a vacina oral que vai ser administrada é a mesma que das últimas três rondas. A vacina é segura e eficaz. Precisávamos da quarta ronda e devemos alcançar coberturas altas”, afirmou o director.

A vacinação é a única forma de prevenção contra a paralisia infantil. Para o alcance das metas estabelecidas, o MISAU mobilizou mais de 65 mil técnicos, que incluem vacinadores, mobilizadores, registadores, supervisores, coordenadores, digitadores de dados, logísticos, monitores independentes, motoristas, entre outros.

“As nossas equipes, em cada uma das comunidades, irão se deslocar para imunizar as crianças que reúnam os critérios para a vacinação de casa em casa”, explicou Quinhas Fernandes, acrescentando que o processo irá também decorrer nas unidades sanitárias e em locais com aglomerados.

“As equipas estão preparadas e instruídas para olhar tais locais como uma oportunidade para não deixar que nenhuma criança fique de fora. Isto é, as equipas poderão parar, vacinar e continuar o seu trabalho nas igrejas, escolinhas, nos campos de deslocados, ou até mesmo nos campos de futebol”, enumerou Fernandes.

A quarta ronda de vacinação contra a poliomielite vai custar quase oito milhões de dólares norte-americanos, correspondente a fundos do Governo e dos Parceiros de Cooperação, dos quais, grande parte serão alocados ao nível distrital e provincial.

Moçambique foi declarado livre da Pólio em Julho de 2016, mas a doença reapareceu em Maio deste ano. Uma criança foi diagnosticada em Tete, o que desencadeou campanhas de vacinação.

Esta segunda-feira, o sector da Saúde confirmou a existência de 13 casos da doença, dos quais quatro graves em Tete e outros nove na Zambézia, Nampula, Cabo Delgado e Manica.

VACINAÇÃO VAI EVITAR QUE A DOENÇA SE ESPALHE

A vacinação e o reforço da vigilância é que podem evitar a propagação da poliomielite em Moçambique. O posicionamento é da Iniciativa Global de Erradicação da Pólio.

Lado a lado com o Governo, a Liga das Organizações Não-governamentais (ONG) está alinhada com o Ministério da Saúde na urgência de travar a propagação da doença causada por poliovírus.

A Liga afirma que a vacinação de maior número de crianças e reforço da vigilância são algumas das formas de evitar que a doença se espalhe.

“Se estamos a ter surto é porque há pouca imunidade nas nossas crianças. Como evitar? A palavra-chave é a vacinação. Precisamos de reforçar a vigilância, porque isso vai dar-nos evidência de que já não há poliovírus dentro do país”, indicou Lusamba Kabamba, coordenador da Iniciativa Global de Erradicação da Pólio.

Para o sucesso da campanha de vacinação, a Iniciativa Global de Erradicação da Pólio defende que a estratégia deve ser implementada de acordo com a realidade.

“A estratégia que se coloca no terreno não é apenas uma estratégia de um país A para o B. Tem que se discutir no terreno o que é mais viável”, alertou Lusamba Kabamba.

Fazem parte da Iniciativa Global de Erradicação da Pólio cinco instituições, dentre as quais a Organização Mundial da Saúde e o UNICEF.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos